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GONZALO UNAMUNO
( Argentina )
Gonzalo Unamuno (Cidade de Buenos Aires, 1985).
Narrador e poeta, é autor dos livros de poesia De otra luz (2007), Distancia que nadie occupará (2011), e da nouvelle Acordes minores para Marion Cotillard (2011), entre outros.
Seu romance Que todo se detenga (2015), no qual já aparece Germán Baraja, protagonista de Lila, foi distinguido pela crítica em diferentes meios de comunicação e está sendo transformado em filme dirigido por Juan Baldana.
TEXTO EN ESPAÑOL - TEXTO EM PORTUGUÊS
BARATARIA Revista de Poesia. Ano 9 Número 21. Director Mario Sampaolesi. Buenos Aires: Fondo Cultura Cultura BA, Junio 2008. ISSN 1668-1460 Ex. bibl. de Antonio Miranda
I
¿Y qué si no llegaran a destino estas estrofas que alo,
que vanamente exponen mi ambición desmesurada?
¿Y qué si en su trayecto anárquico
optasen por librarme al abandono?
Sólo lo mismo reacio,
el extinguible presente.
¿Si disipasen en su ir mi pensamiento,
si me volcaran al confín de lo inmediato?
¿Si vueltas circunstancia se inmolaran,
al ritmo palpitante, a la frontera?
Igual ecuación,
daría lo mismo estallar en lo invisible,
en la estación inmóvil,
en la postrimería de los tiempos,
en el sangriento fluir del soplo,
en el remolino de mujer o la negrura.
Imponiendo, disponiendo a su antojo, sí,
¿si llegasen al conjunto del vacío,
al astroso negocio de los cuerpos,
a lo tangible?
¿Qué si sumisas se prestasen al debate,
¿Acaso, me robasen el recuerdo,
la vacante que con mi ausencia cedo?
II
Cuando en su causa inexorable,
fértiles, ávidos, por norma agudos,
despiertan en algo los ojos del poeta
y se hacen en ello y lo convierten.
resplandece febril un panorama incomprensible:
Bajos las formas sus ojos brota contrariados.
Voz de lo visible, celebran y consagran horizontes,
tejen imposibles, meandros superpuestos.
Los ojos del poeta, estuarios de la duda,
fragmentan el destino y son cadencia.
Reniegan del influjo, no carecen; los ojos del poeta
no aman,
porque temen.
Temen el fin, el mañana enceguecido.
Sufren por ser.
Creen ver,
inexistentes.
III
En ella, desde,
por la costa aún sin mar a lo Vallejo,
por raíz adentrada.
En ella, hacia,
por su espalda bien de alguna estrella,
por su dejo al decir,
su terrenal pureza.
En ella, entre,
por su materia alejada,
y todo lo precoz de su sonrisa.
En, hasta ella,
por su enigma lacerante,
su ritmo cuestión de cielo.
En ella, durante,
por su anónima fiesta de labios,
por la infinita riqueza del espejo.
En ella, mientras,
por su tono discordante en el paisaje,
su hazaña de pies. En ella.
En ella, y,
por estas letras que la nacen.
Sólo por ella este instante.
TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA
I
E por quê não chegaram ao destino estas estrofes
que alo,
que de maneira vã expõem minha ambição desmedida?
que se em seu trajeto anárquico
optassem por livrar-me ao abandono?
Somente o mesmo relutante,
o extinguível presente.
Se dissipassem em seu ir meu pensamento,
si me invertessem ao confim do imediato?
Se voltas circunstância se imolassem,
em ritmo palpitante, à fronteira?
Igual equação,
daria no mesmo explodir no invisível,
na estação imóvil,
no fim dos tempos,
no sangrento fluir do sopro,
no redemoinho de mulher ou a escuridão.
Impondo, dispondo a seu capricho, sim,
se chegassem ao conjunto do vazío,
ao perturbador negócio dos corpos,
ao tangível?
O que se submissas se prestassem ao debate,
Por acaso me roubassem a lembrança,
a vacante que com minha ausência cedo?
II
Quando em sua causa inexorável,
férteis, ávidos, por norma agudos,
despertam em algo os olhos do poeta
e se fazem nele e o convertem.
resplandece febril um panorama incompreensível:
Sob suas formas seus olhos brotam contrariados.
Voz do visível, celebram e consagram horizontes,
tecem impossíveis, meandros superpostos.
Os olhos do poeta, estuários da dúvida,
fragmentam o destino e são cadência.
Renegam a influência, não precisam; os olho os do poeta
não amam,
porque temem.
Temem o fim, a manhã enceguecida.
Sofrem por ser.
Pensam ver,
inexistentes.
III
Nela, desde,
pela costa ainda sem mar ao Vallejo,
por raiz adentrada.
Nela, até,
por detrás de alguma estrela,
por se deixo ao deixo,
sua terrestre pureza.
Nela, entre,
por sua matéria afastada,
e todo o precoce de seu sorriso.
Em, até ela,
por seu enigma lacerante,
seu ritmo questão de céu.
Nela, durante,
por sua anônima festa de lábios
pela infinita riqueza do espelho.
Nela, entretanto,
por seu tom discordante na paisagem,
sua façanha de pés. Nela.
Nela, e,
por estas letras que a renascem.
Somente por ela este instante.
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Página publicada em março de 2023
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